Microconto #46

Nem o olhar inocente, nem o cabelo descompromissado, nem os seios à procura de ar livre. Nada na moça lhe chamava tanta atenção quanto o grão de feijão caprichosamente instalado entre seus dentes da frente.

Microconto #45

Ficou assistindo ela dormir por um tempo. Os traços do rosto dela ficavam ainda mais delicados à meia luz, e isso o hipnotizava. Sentiu que poderia ficar horas ali, observando o quanto ela era bela. Mas preferiu não arriscar, era cedo demais para demonstrar seu amor.

Microconto #44

Um tal de Nelson lhe disse que as mulheres gostavam mesmo era de uns bons tapas. Na prática não foi bem assim.

Microconto #43

A fisionomia séria do analista, aparentemente concentrado em algo importante na tela do computador, enganava a todos que passavam pelo corredor da repartição. Naquele momento, a única análise que fazia era a das modelos do site pornô.

Microconto #42

Foi preso. Culpa do estômago, que falou mais alto que a consciência.